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Sou um simples pescador/ pesco sonhos nos mares da alma/ sonhos esquizofrênicos e psicodélicos/ transmutados em realidades desejadas/ à minha imagem e semelhança

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

O Louco

É curioso eu ser um estudante do “núcleo duro” da lingüística, mas sempre me pegar a encontrar poesia em algumas frases que rapidamente se transformam em versos. Hoje, durante a apresentação de seminário de uma amiga, quando ela falava sobre os prefixos relacionais na língua Parkatêjê que possuem funções diferentes aos prefixos da língua Apãniekrá, línguas irmãs. Em dado momento alguém questionou algo sobre esses prefixos e ela respondeu: “não é a mesma coisa...” Pronto, essa foi a frase poema ou um verso perdido em meio a tantos termos complicados da lingüística.

Já faz algum tempo que li a tradução de um poema alemão (não lembro o nome do autor), só sei que no poema essa frase era um verso, eu gostei tanto que até hoje quando alguém fala; “não é a mesma coisa”, automaticamente o poema me vem à cabeça e sinto vontade de o recitar. Não lembro muito bem como era em alemão, mas em português era assim:

Eu e tu

Tu e eu

Não é a mesma coisa

Nós conquistamos a vitória

E você me vence

Ich und Du

Du und ich

Ist nicht dasselbe

Gewannen wir Sieg

Mich und Sie gewinnen

Fico imaginando qual seria a reação da turma se eu, no meio da apresentação, levantasse e recitasse esse poema e, depois, sentasse-me como se nada tivesse acontecido. Hoje eu quase fiz isso, mas como minha imagem já está meio complicada – sempre durmo nas aulas, por mais interessante que seja o tema. Acho que devo mesmo me controlar e deixar que a poesia que existe nas pequenas coisas ressoe apenas dentro de mim. Devo, portanto, rezar para que ninguém falar a frase-verso – “não é a mesma coisa”.

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