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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Ross e a metafísica aristotélica


Como Ross apresenta a metafísica – ciência universal (p. 3 do livro de Ross, cap. 1 do livro I da Metafísica)
O comentário de Ross acerca da metafísica de Aristóteles, essa busca pelo todo, a verdadeira sabedoria; perpassa por alguns pressupostos epistemológicos que permitem com que o filósofo chegue até esse um que tudo une, esse universal que se manifesta apenas no plano do pensamento, e esses elementos são enumerados na seguinte ordem, qual seja: os sentidos, a memória, a experiência, a qual é a ponte para se chegar à unidade do ser - a substância.
Para Ross, bem como para Aristóteles, uma metafísica é possível, essa luz que permite ver o sentido secreto de todas as coisas, o algo que não é visível, imaterial, inalienável e só pode ser alcançado por meio do dístico sentir/lembrar gerador da memória, pois somente é possível conhecer a partir de um sistema de representações que geram empiria e, por conseguinte o puro conhecimento das causas.
Com efeito, conhecer é representar, tudo o que cerca o homem faz parte de uma cadeia simbólica que já está pronta antes mesmo de ele nascer, e essas representações simbólicas sempre dizem algo, dessa forma, o homem pode aceitar a cadeia de representação já posta a ele, ou construir o seu mundo significativo, o fato é que aceitando a cadeia já existente, ou criando outra cadeia de representação, invariavelmente a equação sentir →lembrar = memória é a condição sine qua non para gerar experiência, pois só é possível pensar nos objetos separados e depois reuni-los, gerando a empiria, por meio da lembrança, uma vez que, em metafísica, tira-se o olhar do objeto e volta-se para a própria alma, um local infinito que é filtrado pelas regras onde reside a experiência motivadora de pensar o exercício do pensar indiferente ao objeto.
Nesse sentido, a metafísica pode ser considerada uma metaciência, pois elimina as notas comuns para se chegar à causa primeira, à sabedoria; abstrai as diferenças e fica com a causa, o universal, o que mais se afasta dos sentidos, ou seja, dos objetos e, por extensão, volta-se para a luz que ilumina os objetos.
Assim é a metafísica apresentada por Ross, um campo do conhecimento que possui um modo particular de pensar, um segmento do saber que se restringe à função dos conceitos, às primeiras causas e primeiros princípios, pois o que interessa é a universalidade absoluta dos conceitos que culmina com a chegada à unidade do ser que Aristóteles chama de substância, uma unidade que não admite predicação, que não pode ser pensada, analisada, pois é auto-referente e supra-sensível.
B. de Sales

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