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Belém, Pará, Brazil
Sou um simples pescador/ pesco sonhos nos mares da alma/ sonhos esquizofrênicos e psicodélicos/ transmutados em realidades desejadas/ à minha imagem e semelhança

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Um poeta revoltado


Para quem já teve a oportunidade de ler a obra toda - Sintonia com o mundo -, observou um tiquinho de revolta, subversão e luta incessante contra os lugares-comuns, o clichê que o (nem sei se posso me intitular poeta) poeta deixou transparecer em seus versos brancos. Para exemplificar isso, selecionei alguns poeminhas revoltados. O primeiro reflete um sonho que eu tinha de ir a minha colação de grau com uma sandália de dedo, coisa que não aconteceu porque não fui à cerimônia, mas fui a uma ópera no glamouroso Teatro da Paz, símbolo da burguesia. Entrei no lugar com o figurino de praxe, mas levei uma bermuda e uma camiseta em uma mochila hehehe, na saída fui rápido ao banheiro e troquei de roupa, foi um escândalo. Todos me olhavam como se vissem um ET. Giacomo Puccini e a sua Madamma Butterfly que me perdoem nesse dia, mas precisava fazer aquilo. Ah! os poemas! Espero que gostem!

Escandalizando

Ópera de tênis e jaqueta jeans,

Formatura de sandália de dedo,

Primeira classe sem classe.

Um subversivo dos convencionalismos.



Espólio perdido

Não busco felicidade:

Apartamento sofisticado,

Profissão de prestígio

Mulher bonita emancipada.

Não sei também se os filhos virão,

Provavelmente não!

Sem um óvulo é impossível

Meus espermatozóides que o digam.

Nada disso é importante..

Só quero que tratem bem

De meu espólio perdido

Que deixarei por aí

Em papéis ordinários

Para que a posteridade conheça

O revoltado que fui.



Aos que me lêem

Não me venham perguntar porque escrevo assim.

Não escrevo pra vocês, é pra mim é o que sinto,

Não lhes devo explicação dos infortúnios de meus versos.

Nem eu sei de verdade se sou eu ou os outros que sentem.


Não me venham criticar por não me prender a fórmulas,

Sou surrealista isso eu sei e com orgulho não minto.

Não me queiram entender por teorias eugorítmicas,

Não há rimas nos meus versos para causar asco aos que são clássicos.


Não me queiram conhecer através destes versos esparsos,

Sinto muito informá-los não sou eu que os escrevo,

São os outros que me perseguem num balé esquizofrênico,

Sou apenas um mensageiro do subsolo mórbido da alma.


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